Inspiração divina

Numa altura em que a “Carapauomania” se renova cada dia que passa, com diversas manifestação de apoio tais como a elaboração de um símbolo oficial, o inicio do merchandising do clube, a criação de um feriado nacional para celebrar a primeira vitória do clube, etc., aparece agora uma nova corrente literária dedicada ao clube.
É verdade, o fanatismo não conhece fronteiras e já chegou, imagine-se, á poesia.
Deixo aqui o fiel testemunho do momento em que este artista se deu a conhecer ao mundo: Encontrava-me numa aula, sentado ao lado de dois ilustres membros dos Carapaus, que se dão a conhecer ao mundo da biologia como Sininho e Chewbacca, após uma longa e fatigante quinta-feira. Num momento que irei recordar com nostalgia para o resto dos meus dias, Chewbacca vira-se para nós com uns olhos brilhantes que nos transmitiram de imediato uma sensação de orgulho e felicidade, dirigiu-se a nós com uma voz tremula, cheia de emoção dizendo “Ainda não tá acabado, mas tá muito bonito…”
Nós os dois ficámos perplexos a olhar para ele, com esta súbita manifestação de carinho, só reparando um pouco mais tarde na sua mão estendida a tremer de emoção, com um pequeno papel escrito… Ainda um pouco abalados por esta situação invulgar, retiramos lhe este pequeno tesouro, e lê-mos numas letras semelhantes ás de um garoto da primária o seguinte poema:

Carapaus, Carapaus,
Que equipa que tu és!
Jogas com tudo,
Da cabeça aos pés!

Lenga e Dinis,
São os nossos guardiães,


(Rodrigo Lisboa, 2006)


Fantástico! Absolutamente memorável! São nestas alturas que a já celebre frase “Uma imagem vale mais que mil palavras”, se aplica. Foi após a leitura deste poderoso poema, e neste clima de pura magia, que nós os dois rebentámos em gargalhadas, deixando o pobre autor incompreendido, completamente devastado pela nossa reacção á sua recente criação. Deus realmente é cruel! Este novo valor da poesia nacional tenta partilhar a sua vocação com o mundo, e a única coisa que consegue, são duas barrigas doridas de tanto rir. É caso para se dizer, “É como dar pérolas porcos”.
Enfim embora não tenha a sensibilidade necessária para dissecar estes belos versos, públicos na esperança de alguém lhe dar o devido valor, pois até ao momento as reacções a eles oscilam entre o risos e caretas.