"Temperamento artístico é uma doença que ataca os amadores"

terça-feira, abril 08, 2008

Para breve...

Fotos reveladoras das identidades dos carapaus originais...

De certeza que já ouviram a expressão "conto-do-vigário". Aguardem então a sua origem...

E mais devaneios, desabafos, desilusões, desencontros, delírios...

É uma vergonha!

Que os portugueses são os campeões mundias da chico-espertice já toda a gente o sabe! Aliás, não poderia ser doutra maneira já que fomos nós que inventámos esta corrente de pensamento. Por isso, nem me vou alongar sobre este tema, que já foi debatido vezes sem conta, até à exaustão nos mais variados locais de convívio. Quero apenas desabafar sobre o que constatei há pouco tempo....
Faz poucos dias que tive o prazer de ir ao concerto do Mark Knopfler, no campo pequeno. Para quem não sabe, este senhor era o guitarrista que tocava de maneira muito peculiar nos lendários Dire Straits, the sultans of swing, para quem ainda não tinha mesmo chegado lá. Se nem assim, sabem a que me refiro, aconselho-vos a ver mais vezes o VH1!
Bom, como seria de esperar, o concerto estava cheio, mas mesmo cheio, de malta com a idade dos nossos pais, sendo a faixa etária dos >30 representada por uns escassos 15% do público, talvez... Ora o que realmente me espantou neste episódio, e para retomar o início do post, foi a total falta de juízo e de sentido cívico dos velhadas!
Pronto, a falta de juízo ainda se percebe... mais ou menos... os velhinhos tão sempre a trabalhar e com muitas responsabilidades e têm ali um belo escape que os remete para os tempos em que eram mais novos e faziam disparates.
Agora a falta de civismo?! Ora estamos numa sala de espectáculo, uma arena fechada, com dezenas de fumadores à porta a apreciar o último bafinho, porque, como estão carecas de saber, desde 1 de Janeiro do presente ano, é proibido fumar em espaços fechados etc, etc... Claro que a certa altura, alguém teria que se achar mais esperto e rebelde que todos os outros e voilá, aparece uma luzinha laranja no meio da multidão! E a seguir, que acontece? Em vez de ser chamado à atenção (peco por isso e ainda me sinto envergonhado por nada ter feito...), é-lhe seguido o exemplo. E que nem pirilampos, eis que se alumiam cada vez mais cigarros nas redondezas! E depois é ver as figuras ridículas de adultos "responsáveis", que mais pareciam teenagers borbulhentos, a fumar às escondidas e a dar bafinhos de meio segundo, tentanto iludir os restantes de que o cheiro que se sente no ar, nada tem a ver com eles. Patético...
E então que dizer de um sujeito que andou a enganar um "rapaz-barril" por causa de UMA imperial, tudo bem que custam 2€, mas sejamos honestos...
E gente a necessitar de ser assistida pelos bombeiros voluntários da cruz vermelha.
Tudo acontecimentos de que estaria à espera se tivesse num concerto mais histérico e jovem, não num concerto onde o protagonista já nem tem cabelo para ser segurado pela mítica bandana à rambo, e onde a média de idades facilmente ultrapassava os 40.
E queremos nós que o país melhore...
Enfim, foi apenas um desabafo, não o levem muito a sério!

A morte de uma lenda...

É com muita pena que solto estas palavras, mas eu este ano tive vergonha dos Carapaus...
Depois de um início de época muito atribulado, onde se perderam inúmeros e valiosos membros originais da fantástica armada, a direcção incorreu na práctica de uma gestão hiperdanosa do clube, fazendo mesmo lembrar o benfica. Contratações injustificadas, inqualificáveis ou simplesmente disparatadas, levaram a uma amorfização da equipa sem precedentes.
É certo que acertámos alguns tiros no escuro, estrelas por polir que ainda poderão vir a cintilar mais do que o número 7 do ManUtd. Mas, os jogadores não fazem a equipa...
E assim, este ano assistimos de fora e de dentro do relvado o que é o mundo do futebol onde se joga sem amor à camisola! Foi triste, pois já nem as camisolas originais dos CFC foram envergadas esta época, exceptuando alguns (muito poucos) tímidos adeptos. Cedendo a pressões externas e com rasgos de megalomania, a direcção acordou em vestir o clube com novas cores, deixando para trás o vibrante azul marinho e o enérgico laranja e adoptando um desenxabido e ordinário azul escuro...
Tudo isto resultou num verdadeiro plantel galáctico, com qualidade individual muito superior à de épocas passadas, mas numa equipa desunida e desmotivada, onde os novos jogadores nunca souberam o significado de ser um verdadeiro Carapau de Corrida e onde os veteranos esqueceram a mística que tinham carregado em tempos idos.
Nem a alegre e jovial massa associativa que tanto idolatrava os majestosos conseguiu suportar a desonra provocada pelas altas instâncias da organização, notando-se um acentuado abandono dos cânticos e das bancadas do outrora rejubilante estádio.

A braços com duras lesões e com prováveis abandonos de jogadores para outras áreas profissionais, está à vista o final de uma saga que se julgara lendária e interminável.
Todos os clubes passam privações e todo o sucesso traz o seu quinhão de adversidades, mas uma estrutura cada vez mais cristalizada poderá não resistir muito tempo às duras intempéries do mundo do futebol. A atmosfera adensa-se e escurece...

Rezemos para que a luz ao fundo do túnel desta saga não seja alcançada só daqui a muitos anos, num fim-de-semana soalheiro e ameno, onde estarão as velhas e originais glórias dos CFC a disputar uma luta incessante com as suas barrigas e com a bola, numa área reduzida de concreto escaldante e ressequido num qualquer pardieiro deste mundo...

Que Neptuno esteja com os Carapaus!