"Temperamento artístico é uma doença que ataca os amadores"

quinta-feira, setembro 06, 2007

Últimos retoques

E prestes a fazer a bonita idade das vinte e uma primaveras, idade esta em que perdemos perante a constituição a maior parte das regalias e ficamos por nossa conta, o destino colocou perante mim a derradeira prova para entrar no mundo dos homens: mudar um pneu.
Embora pareça um pormenor sem importância, pensem bem: já se imaginaram depararem-se com um pneu furado e terem de chamar um mecânico?! Para não falar da inevitável gargalhada que ouviriam do outro lado do telefone, a vossa reputação iria ficar reduzida a pó no universo feminino.
Assim o destino, após uma nefasta sessão no dentista, quis que o pneu se rebentasse e que me coubesse a mim a árdua tarefa de o mudar. Para dar mais ênfase ao acontecimento tive de o fazer em tronco nu pois encontrava-me com uma imaculada t-shirt branca (verdade seja dita que já não estava propriamente limpa quando me apercebi que a brancura e mecânica não ligavam).
Estaria a mentir se não admitisse que estava um pouco reticente quanto à inesperada tarefa, mas a verdade é que não demorou muito para estar em tronco nu, com as mãos nas ancas e com um olhar de apreensivo a olhar o maldito pneu.
Relativamente ao teste, não posso dizer que passei com distinção, pois grande parte do processo foi feito de uma maneira muito criativa, pois como vim a descobrir quando acabei (e como geralmente acontece), apercebi-me que tinha usado as ferramentas nas alturas erradas e que os desmesurados cortes que as minhas mão exibem teriam sido facilmente evitados de tivesse usado certas ferramentas.
Com os erros é que se aprende suponho...
Mas não sejamos derrotistas, a verdade é que até ver o pneu se encontra bem preso ao carro e que ao olhar comum ninguém conseguiria diferenciar se tinha sido eu a pô-lo ou...o boneco da michelin (sinceramente foi a única entidade que me lembrei ligada a pneus).
Após este conturbado processo, sempre sobre os atentos olhares de meia dúzia de mirones, acabei por ficar com as mãos em ferida, com fuligem em todos os locais do corpo onde os meus braços chegam e com o cheiro típico destas situações.
Ajuda a forma o carácter suponho...
Obstante o facto de ter demorado o dobro do tempo e ter passado pelo triplo do sofrimento, depois desta epopeia, sinto que estou em condições de ser aceita pelo “povo” como um homem à antiga.

1 Comments:

Blogger Dr. Macio opinou...

Mas tu já tens carta?!? quem conduz o carro é que troca o pneu...a não ser que seja uma senhora claro. Mesmo assim vejo que a experiência em espanha, quando furámos um pneu super-especial de centenas de euros, a 130 km/h, na auto-estrada, não te serviu para nada...tanta dificuldade depois de nos teres visto, a mim e ao Márcio, a arriscar a vida?! Devias tar a tirar fotos ao céu...

11:09:00 da tarde

 

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